Unimed Cuiabá | Bouret e Mohamed assinaram aditivos retroativos para favorecer Hospital Santa Rosa

Documentos obtidos com exclusividade pelo Instituto Brasil Cooperado revelam que Carlos Bouret e Mohamed Omais assinaram dois aditivos contratuais com efeitos retroativos para beneficiar o Hospital Santa Rosa. Os contratos, formalizados após o descredenciamento dos serviços oncológicos do Hospital, garantiram pagamentos por procedimentos já realizados sem devida cobertura contratual desde julho de 2024.

GERAL

Redação

5/20/2025

Uma nova polêmica abala a gestão da Unimed Cuiabá. Documentos recebidos com exclusividade pelo Instituto Brasil Cooperado mostram que o presidente Carlos Eduardo de Almeida Bouret e o diretor Mohamed Kassen Omais assinaram, em 12 de fevereiro de 2025, dois aditivos contratuais com o Hospital Santa Rosa garantindo pagamentos retroativos por serviços oncológicos que vinham sendo realizados sem cobertura contratual desde 1º de julho de 2024.

Para entender o caso: ainda em 2024, um grupo de empresas especializadas em oncologia apresentou, em Assembleia de cooperados, uma proposta para comprar a demanda de tratamentos oncológicos da operadora. A proposta, aprovada pelos cooperados, estabeleceu que pelo menos 90% da demanda seria destinada exclusivamente a esse grupo de empresas.

Naturalmente, após essa decisão, outros prestadores não integrantes do grupo vencedor seriam progressivamente descredenciados pela diretoria executiva da Unimed Cuiabá. Seguindo essa lógica, o Hospital Santa Rosa teve os seus serviços oncológicos oficialmente descredenciados em 8 de fevereiro de 2025.

Aditivos vêm à tona

No entanto, surpreendentemente, documentos exclusivos obtidos pelo Instituto Brasil Cooperado revelam que o Santa Rosa vinha realizando procedimentos de radioterapia desde julho de 2024 sem o devido respaldo contratual exigido. A formalização desses serviços só ocorreu posteriormente, em 12 de fevereiro de 2025 (quatro dias após o descredenciamento oficial), com a assinatura de dois aditivos contratuais retroativos por Carlos Eduardo de Almeida Bouret e Mohamed Kassen Omais, garantindo assim o pagamento retroativo pelos serviços realizados. Os aditivos garantem, ainda, a continuidade da prestação do serviço oncológico – para o caso das radioterapias – de uma empresa que está descredenciada para serviços oncológicos.

Conselho de Administração sem Acesso a Contratos

A situação, que levanta graves suspeitas sobre possíveis práticas de gestão irregular e favorecimento indevido, não é um caso isolado de falta de transparência, visto que o próprio Conselho de Administração tem reclamado por não estar conseguindo acesso aos contratos da gestão.

O Instituto Brasil Cooperado seguirá acompanhando o caso com atenção, exigindo esclarecimentos da diretoria da Unimed Cuiabá e adotando todas as medidas necessárias para defender os interesses dos cooperados.

O IBC está do seu lado, cooperado

Como cooperado, você tem muitos direitos que sequer conhece e, se qualquer direito seu estiver sendo violado, conte (em total sigilo e gratuitamente) com nossa Procuradoria de Defesa.

Atualização: alguns cooperados manifestaram dúvida por não haver a assinatura manual em cima dos campos. As assinaturas na Unimed Cuiabá têm sido feitas pelo sistema CERTISIGN, que não registra as assinaturas necessariamente nos campos, mas em hash de conferência em rodapé e em protocolo de assinaturas de páginas anexas. Naturalmente, o que está posto aí é um print do documento e não o PDF do documento. A gestão, claro, não contestará a validade do documento, pois sabem que o assinou e, ao vê-lo, sabem que nós o temos. Ainda mais: seria dizer, publicamente, aos cooperados que não pagou ou assinou algo que foi pago/assinado e que será conferido e, até mesmo, denunciado às autoridades competentes.